Triatlo de Vila Viçosa - Competindo no Alentejo

Há já algum tempo que gostava de fazer esta prova. Contudo, dada a distância até Vila Viçosa, esta era uma prova que não era fácil de realizar. Este ano, no entanto, dado que ia (estou) a fazer o período transitório (aka férias) na Costa Alentejana, a prova enquadrava-se geograficamente e, vai daí, lá fui eu fazer mais uma na minha lista de "to do".


Apenas uma semana após a realização do Triatlo Longo de Caminha, onde o meu isquio-tibial direito cedeu, e depois de uma semana de regeneração (possível) a ideia passava por controlar bem o esforço para poder completar (e apreciar) a prova - disputada na distância olímpica: 1.500 metros de natação, 40 kms de ciclismo e 10 kms de corrida.
Esta prova tem um segmento de ciclismo muito característico. Além de ser em linha (desde a Barragem de Lucefecit até Vila Viçosa, o que faz com que haja dois PT distintos), é feito sem drafting (sem roda), o que o torna bastante interessante.
A minha estreia nesta prova, que acabaria por se revelar interessante, não começou da melhor forma. Coloquei as coisas necessárias para a corrida no PT2 (em Vila Viçosa) e fui preparar a bicicleta e o restante material para levar para o PT1 (instalado na Barragem de Lucefecit).
Quando cheguei ao PT2 novamente estava a preparar-se para arrancar um camião (disponibilizado pela organização) carregado de bicicletas para o PT1 e disseram-nos (a mim e a uma série de atletas que lá estavam, incluindo alguns espanhóis) que, uma vez que este já estava cheio, vinha já outro, mais pequeno, para levar as bicicletas que faltavam. 15 minutos depois chegou-nos a informação (através da FTP) que ia arrancar o último autocarro (que levava os triatletas para a Barragem). E as bicicletas?, perguntamos nós. Já não há mais camiões, desenrrasquem-se com os carros..., foi a resposta que nos deram.
Valeram-me os companheiros do Atneu Artístico Cartaxense que, estando na mesma situação que eu, decidiram levar a carrinha para a Barragem e me deram boleia (a mim e à minha bicicleta), mostrando que não só o Triatlo é um (ou três?) desporto(s) diferente(s) como os seus praticantes são mesmo uma tribo. Obrigado companheiros!
Ultrapassada esta peripécia (que não abona a organização), o resto foi agradável. Vinha com a ideia de, como disse, fazer a prova e não agravar a "lesão" no isqui-tibial direito, pelo que controlo era a palavra de ordem. Aproximam-se momentos cruciais de treino e é importante estar bem, por isso não queria comprometer nada.
O percurso de natação, com 1.500 metros de extensão, consistia em duas voltas. Como a temperatura da água era de 25.º C a prova foi sem fato isotérmico, o que não me favoreceu nada. Ainda assim parti no meio do grupo, consegui navegar bem e impus um ritmo que me permitiu sair da água bem para fazer o resto da prova. Não foi um bom tempo (mesmo para o meu nível) mas fiquei com boas sensações.
Na ida para a Barragem deu para perceber que o percurso de ciclismo ia ser um sobe e desce constante (o chamado rompe-pernas). Gostei muito do percurso e fiquei com pena de não poder "apertar" como queria pois o isquio-tibial estava sempre a avisar para eu ter cuidado. Para além do sobe e desce do percurso gostava também de salientar a passagem por Bencatel. Ao passarmos nesta localidade apanhamos um troço de desagradável empedrado compensado, no entanto, pelo forte apoio da população local.


A corrida consistia em 4 voltas a um percurso exigente com duas rampas que quebravam muito o ritmo. Fui sempre a controlar o esforço, corri bem e a bom ritmo e fiquei contente por completar a prova sem agravar a "lesão".
Tirando aquela peripécia inicial gostei bastante de realizar esta prova e, se for possível, voltarei. Ainda para mais quando temos uma prova disputada na distância olímpica a um custo tão agradável.
Vamos aos habituais números.
Natação (1.500 metros): 34:53
Ciclismo (38 kms sem drafting): 1:14:45
Corrida (10 kms): 38:15
Total: 2:27:54
Classificação: 65.º Geral/31.º Sénior Masc.
Mais informações aqui.

Comentários

João Correia disse…
Esta de VV também me escapa, mas outras prioridades se levantam. Os pormenores organizativos podem determinar o êxito dos eventos. Quem organiza não pode nunca! descurar esta importância. Forte abraço, Hugo.